A acessibilidade é uma das marcas do Itaú Cultural. A instituição criada há 33 anos já possuía elementos inclusivos na arquitetura de sua sede localizada na Avenida Paulista, no coração de São Paulo, tais como rampas, piso tátil e outras facilidades para pessoas com deficiência física. E esta filosofia não poderia ser ignorada em seus espaços no mundo digital. Todo o conteúdo do portal está disponível para pessoas cegas e surdas, pois a cultura não pode limitar.
A instituição possui desde 2013 um fórum de acessibilidade para discutir ações e melhorias, definindo as diretrizes que o Itaú Cultural deve adotar nessa área. “Esse grupo reúne gente de várias áreas do Itaú Cultural: comunicação, produção de exposições, audiovisual, as áreas de expressões artísticas e tudo que se relaciona à programação”, conta William Nunes, editor de conteúdo do portal e membro do fórum. A pandemia do coronavírus e a necessidade de isolamento social, no entanto, levou o grupo a repensar conceitos. “Por conta de tudo que aconteceu no ano passado, do fechamento das atividades presenciais e tudo ter de se voltar para o online, nós vimos a necessidade de ter um editor do site do Itaú Cultural acompanhando essas questões para saber como poderíamos trabalhar a acessibilidade no âmbito online também”, destaca.
O portal, observa Wiliam, já abrigava interpretação de Libras. “Além disso, toda a programação online, hoje com peças de teatro, shows e debates transmitidos em nosso canal no YouTube ou em plataformas fechadas, também conta com a interpretação de Libras durante os eventos”, explica. E isso também se dá em outros tipos de conteúdo. “Se a gente trabalha entrevistas em vídeo, por exemplo, elas possuem interpretação em Libras e legendas em português. Ao fechar parceria com a Audima, esse conteúdo agora também passa a ser acessado por pessoas cegas através das ferramentas de leitura por voz e descrição de imagens. Esse é o passo que fez a gente se interessar pela Audima: conseguir atingir esse público formado por cegos e pessoas com baixa visão ou mesmo por alguma outra barreira de leitura”.
Voz Humanizada
E o jornalista destaca a qualidade do áudio oferecida pela Audima em que as vozes da inteligência artificial são muito mais próximas da voz humana, melhorando a experiência dos usuários. “Esse é um ponto sempre de atenção muito grande não só para o público que, de fato, usa e precisa dessa ferramenta, mas todo público em geral. As vozes mais robotizadas são prejudiciais à compreensão do conteúdo. As vozes mais humanizadas e o ritmo de leitura que a ferramenta dá, acompanhando a escrita e respeitando as pausas, são importantes para a compreensão. Isso foi um fator superpositivo”, revela.
“Essa funcionalidade de conteúdo por áudio também mexe com a forma de se navegar pelo site. Dá para deixar o áudio para escutar um conteúdo enquanto se busca outra informação”, pontua o editor. “A ferramenta se completa com uma novidade da programação artística, pois começamos a disponibilizar espetáculos infantis em nosso YouTube com audiodescrição”, comenta.