Vivemos em uma era em que a diversidade e a valorização das singularidades se tornaram aspectos essenciais para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva. Nesse contexto, a comunicação inclusiva surge como uma ferramenta poderosa para promover a representatividade e o respeito às diferenças. O Brasil possui uma população de 200 milhões de habitantes, dos quais cerca de 60 milhões necessitam de recursos de acessibilidade. Isso significa que mais de um quarto da população brasileira enfrenta dificuldades para acessar informações, seja por deficiência visual, auditiva, motora ou intelectual. Esse número aumenta ainda mais quando incluímos pessoas semi-analfabetas, idosos e aqueles com vista cansada, por exemplo.
Mas o que exatamente é comunicação inclusiva e como podemos implementá-la de forma eficaz em nossas organizações e plataformas digitais?
O que é comunicação inclusiva?
A comunicação inclusiva é um modelo de comunicação que visa ser compreendido por todos, independentemente de escolaridade, características físicas e motoras ou idade. É um compromisso com a igualdade e a diversidade, onde a mensagem é construída de maneira a ser acessível e respeitosa para todos os públicos. Esse tipo de comunicação não é apenas uma tendência, mas uma necessidade em um mundo cada vez mais diverso e conectado.
Considere todo o conteúdo que sua empresa gera: sites institucionais, informações sobre produtos e serviços, materiais para colaboradores na intranet, relatórios e manuais em PDF, publicações em redes sociais, entre outros. Pense nas equipes e agências responsáveis por produzir esses conteúdos. Agora, imagine que toda essa informação não está alcançando uma parte significativa do seu público-alvo, que encontra dificuldades para acessar esses conteúdos. Esse é um desafio comum para muitas empresas, mas o cenário está começando a mudar.
Investir em acessibilidade e inclusão na comunicação é uma maneira eficaz de demonstrar o compromisso da empresa com a equidade. Além de ser um direito fundamental de todos, é um passo crucial para construir uma sociedade mais justa e igualitária.
“A acessibilidade digital é importante para alguns, mas é vital para outros como sua única forma de participação na era digital.”
TIM BERNERS-LEE, INVENTOR DA WORLD WIDE WEB
Exemplos de tecnologias que deixam plataformas digitais acessíveis
Texto em áudio: Possibilidade de ouvir textos escritos, permitindo que pessoas com dificuldades de leitura ou visão possam ouvir o conteúdo de páginas de sites, apps, PDFs etc.
Avatar de LIBRAS: Uma representação virtual de uma pessoa que utiliza a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) para se comunicar. Ele interpreta e reproduz sinais de LIBRAS em tempo real, permitindo que pessoas surdas ou com deficiência auditiva compreendam o conteúdo escrito.
Descrição de imagem com AI: Ao ativar a funcionalidade, ao passar o mouse ou tocar em uma imagem, será exibida uma descrição da mesma. Preferimos descrições criadas por humanos, mas se a imagem for relevante e não tiver descrição, a IA identificará os principais objetos e fornecerá a descrição. Isso facilita a identificação do conteúdo para pessoas com deficiência visual, usuários de leitores de tela e pessoas com deficiências cognitivas e neurológicas.
Ajuste do tamanho da fonte: Permite aumentar ou diminuir o tamanho do texto, facilitando a leitura para aqueles que têm dificuldades de visão.
Contraste de cores: A opção de ajustar o contraste entre as cores de fundo e do texto, o que melhora a legibilidade para pessoas com dificuldades visuais, como as daltônicas.
É importante considerar que as habilidades e preferências de leitura variam entre as pessoas, é importante oferecer vários formatos de comunicação, como texto, áudio e vídeo. Evite o uso de jargões técnicos ou expressões que possam ser confusas ou exclusivas para certos grupos de pessoas. Utilize frases simples e claras, com um vocabulário acessível para todos. Seja respeitoso, reconhecendo e valorizando a diversidade e a individualidade de cada pessoa, e evite qualquer tipo de linguagem discriminatória ou ofensiva.
É essencial também incluir descrições de imagens nas comunicações que utilizam fotos ou outros tipos de imagens, facilitando o acesso a conteúdos visuais para pessoas com deficiência visual total ou parcial. Para isso, é importante descrever o que se vê na imagem de forma objetiva, sem julgamentos ou opiniões, evitando o excesso de informações desnecessárias. Devem ser incluídas características físicas e vestimentas, quando possível, e as descrições devem ser claras o suficiente para transmitir a ideia geral.
Além disso, é essencial que a escolha das pessoas nas imagens para campanhas e comunicação visual seja feita de maneira a representar uma diversidade de raças, gêneros e idades.
Como a comunicação inclusiva impacta sua empresa
Investir em comunicação inclusiva é uma responsabilidade social e uma estratégia de negócios eficaz, trazendo diversos benefícios, como:
Expansão de Mercado: alcança uma audiência mais ampla, incluindo pessoas com deficiência, idosos e minorias étnicas, o que pode aumentar vendas e fidelização.
Fortalecimento da Marca: empresas inclusivas são vistas como éticas e responsáveis, melhorando a reputação e gerando confiança.
Conformidade com Regulamentações: ajuda a cumprir normas de acessibilidade, evitando problemas legais.
Melhoria da Experiência do Cliente: práticas inclusivas melhoram a satisfação do cliente, incentivando a lealdade e recomendação.
Atração e Retenção de Talentos: cria um ambiente de trabalho acolhedor, atraindo e retendo talentos diversos, que se sentem valorizados.
Responsabilidade social corporativa
Investir em plataformas digitais acessíveis é uma ação que se alinha com os princípios ESG, pois promove inclusão social e igualdade de oportunidades tanto no acesso a conteúdos quanto na navegação. Isso contribui para fortalecer a reputação e a credibilidade da empresa. Ao priorizar a inclusão digital, a empresa mostra que está comprometida com dois dos pilares do ESG: o “S” de Social e o “G” de Governança. Isso significa que a empresa está em conformidade com as normas internacionais de direitos humanos, a legislação nacional e as melhores práticas de responsabilidade social.
Segundo uma análise recente da Bloomberg, a agenda ESG deve atrair US$53 trilhões em investimentos até 2025. Desde 2014, os investimentos em empresas que adotam práticas ESG cresceram 68%. A pesquisa EY Future Consumer Index 2021 revelou que 61% dos consumidores brasileiros passaram a valorizar os princípios e valores das empresas que pretendem comprar.
Na Audima, por exemplo, já ajudamos mais de 5.000 empresas a se comunicarem de forma mais democrática e auxiliar equipes de comunicação e marketing, que trabalham diariamente para criar conteúdos acessíveis e inclusivos para todos os públicos. Através de nossos produtos com tecnologia avançada, como menus de acessibilidade, players de áudio, áudio para PDFs, QR Codes sonoros, players para e-commerce e avatares de libras, mais de 5.000 empresas já se tornaram inclusivas. Permitimos que usuários com diferentes habilidades, deficiências, preferências e idosos possam acessar plataformas digitais de forma eficaz.